quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Além do Amor existe...

Ele a empurrou e disse:
- Garota estúpida, amor? Que idiotice, isso não existe! Pensa que sou um ignorante?
Saiu correndo, chorando em silêncio pra que ninguém perceber.
Ela o olhou como uma mãe olha pra um filho indo embora, sentindo que faltou algo a dizer.
E então Etidorfa, chocada com tudo que acontecera também pôs os olhos a lacrimejar.
Bane daí pra frente se tornou mais frio que já era antes, passou a fazer pesquisas e mais pesquisas, testes e mais testes, para provar que o ser humano nada mais era que um simples robô com funções desenvolvidas, que nada na vida era bela, e principalmente divino. Bane não acreditava em Deus achava que era impossível que alguém jamais visto teria criado tantas coisas sem nenhuma ajuda, sem nenhum esforço.
Etidorfa que teve seus dias desperdiçados pensando no príncipe encantado das fabulas infantis, no sentimento verdadeiro e mágico, ela que sempre sonhou com o amor de sua vida, que quando chegou ela não percebeu e depois sofreu mais ainda por isso.
Um tempo depois Etidorfa procurou Bane pra tentar explicar o mal-entendido, mas ele muito bravo e revoltado já havia se tornado alguém cuja palavra amor não fazia o menor sentido, nem diferença, não a tratou mal, apenas sorria de modo meio misterioso, meio disfarçando, dizendo a ela que não havia problema algum que ele a entendeu. Ela saiu bateu a porta, ele correu atrás, mas a porta fechou em seu rosto. Chuva, ela chorando de um lado da porta ele do outro. Quando ele abriu a porta já era tarde ela estava longe, cansado, ele voltou pra casa e esperou o dia amanhecer para procurar por ela. Quando chegou a casa dela a vizinha disse que não havia ninguém desde a noite passada, ele insistiu, mas de nada adiantou, ela estava longe dali...
Ele então se lembrou do que ela dissera antes de empurrá-la.
...- Você sabe onde me encontrar quando quiser, foi por amor que eu...  
  
Ele então correu até o penhasco, onde a encontrou desmaiada lá embaixo, no seu pensamento ela estava morta, então resolveu se queixar com Deus, é esse seu tão “Maravilhoso” Deus que tira a vida de pessoas queridas, que faz acontecer tragédias, que faz do amor uma piada! Encharcada e quase se afogando novamente na água que bebera, ela dá um sinal de vida.

Ele assustado diz:
- O que você fez? Ficou louca? Entrou no mar com toda aquela tempestade?
- Eu só queria, eu não sei – Disse confusa.
- Eu não sei o que faria se te perdesse dessa maneira. – disse arrependido.
Ela o abraçou, e disse pra ele abraçá-la com toda a força e disse:
- Sabe isso que você ta sentindo? Essa coisa confusa no seu peito?
- Do que está falando?
- Quando você disse aquelas coisas sobre Deus, eu fiquei pensando se valia à pena voltar, agora eu não sei, talvez devesse ter ido.
- Eu estava enganado! Todo aquele tempo eu lhe dava conselhos porque sabia o que era sofrer, mas depois jamais aprendi a amar novamente.
- Me perdoa! Você foi meu primeiro amor, eu quero que você seja o ultimo, o único! Foi uma confusão, eu havia planejado tudo aquilo você não me dava atenção, me tratava apenas como uma amiga, eu queria mais. 
- Mas você quase o beijou!
- Mas não beijei, foi por amor a você que eu quase nos destrui.
- Está perdoada.
- Então assumi que existe amor?
- Assumi que existe ciência?
- Sim – Disseram juntos.
Ele a abraçou e quando abrirá os olhos novamente, ela não estava lá, não estava em lugar nenhum. Havia morrido. 
Depois disso ele olhava o mar todos os dias, esperando que ela surgisse novamente assim como desaparecera, cumprindo a promessa de ser o primeiro, o último e o único amor de sua vida.

O Amor existe, a razão também, é obvio. E se a religião e as ciências fizessem as pazes pouco importava, ele sabia que era impossível lutar contra as forças do amor, as forças de Deus, e a Força do Amor de Deus.


Etidorfa – Afrodite de trás para frente e como todos sabem a Deusa do Amor, segundo a mitologia grega. Até ela a Deusa do Amor tem a palavra Dor no nome.  
Bane – Deus do Ódio, Até ele com nome de Deus do Ódio tinha Amor no coração.